O primeiro vinho produzido provavelmente foi um acaso da natureza. Um cacho de uvas esmagadas largado ao relento sofreu o ataque de leveduras naturais e ocorreu a fermentação alcoólica – isto é, a transformação do açúcar da fruta em álcool. A grosso modo, aquele suco virou vinho. A espécie que deparou com a bebida, e teve a curiosidade e a coragem de provar aquele líquido, deve ter sentido uma euforia desconhecida, e talvez experimentado o primeiro porre da humanidade – ou do projeto de humanidade que se formava.
A partir de algum momento na antiguidade a vinificação foi estabelecendo seu processo. A forma como o vinho é produzido não mudou quase nada de lá para cá. As uvas eram colhidas, esmagadas e colocadas em recipientes de barro em buracos cavados na terra; ali as uvas sofriam o processo de fermentação alcoólica e os jarros eram lacrados com barro. Meses mais tarde, as tampas eram rompidas, as cascas eliminadas e o suco que sobrava era jogado em outro vaso limpo, que repousava em um lugar fresco, protegido do calor e novamente lacrado pela terra. Quando a tampa era retirada, o aroma forte da uva e álcool, ou seja do vinho, indicava que a bebida estava pronta. A humanidade então já sabia os efeitos do vinho e gostava deles.
Se o princípio é o mesmo há séculos, o método foi se aperfeiçoando e a vida em uma adega hoje em dia é resultado da evolução tecnológica e de pesquisas laboratoriais. O objetivo é produzir vinhos cada vez mais livres de defeitos, harmônicos, sedutores e que encontrem seu consumidor em perfeito estado.
A uva é quem manda, mas a adega ajuda. Saiba como são feitos os vinhos tintos e os vinhos brancos.
Toda vez que um produtor ou enólogo estrangeiro visita o Brasil para expor seus rótulos à apreciação dos homens que cospem vinho (os degustadores profissionais e especialistas) eles repetem sempre um mesmo mantra: “Um vinho de qualidade se faz no vinhedo. É até possível produzir um vinho ruim com uma boa uva, mas com uva ruim é impossível fazer um bom vinho”. Ok, já sabemos, mas uma adega bem equipada, com tecnologia adequada ajuda bastante. Se não, por que tanto investimento em equipamentos, tecnologias e pesquisas?
Bom, sem querer tirar o romantismo da bebida, que é ao mesmo tempo um produto da natureza e uma intervenção do homem, este Blog do Vinho apresenta um infográfico que mostra todas as etapas por que passam as pérolas agrícolas tintas e brancas, desde o momento que chegam à adega até se transformar em vinho engarrafado, arrolhado e com um rótulo bacana. Clique aqui para saber como são feitos o seu cabernet sauvignon ou o seu chardonnay.
Muito boa a matéria, as colocações e também o bom humor de quem em uma palestra ou até mesmo em uma aula de vinhos ou harmonização possa usar “talvez experimentado o primeiro porre da humanidade“. Parabéns
Pra ser um prazer verdadeiro, qual o minimo que tenho que desembolsar? Bons vinhos acredito que não sejam baratos, mesmo tendo os melhores com degustação as cegas em Bruxelas e Republica Tcheca.
Abraços
É logico que tem questão de gosto, disponibilidade financeira, ocasião e um monte de outros fatores. Mas a pergunta tem resposta.
Comece com um chileno bom. P/ex. Casillero del Diablo (CyT), vai custar 30-35 reais; aí vc. vai ter que ver qual UVA que gosta — Merlot, Cab.Sauvg., P.Noir, Shiraz, Carmenere — e qual não gosta… Aí vai pra um argentino equivalente, p/ex. Terrazas (Chandon) e faz de novo — Merlot , Cab.Sauvg., Malbec — e vai assim montando sua base nessa faixa 30-35 R$.
Aí vai subindo de preço. Mas cuidado, mesmo os bebedores experientes não conseguem montar uma escala linear — sempre tem surpresa pra mais e pra menos.
O mundo do vinho — diferente da cerveja — tem infinitas variaçoes de preço qualidade e tipos.
Tem que pedalar !!!
Ola,adorei o seu blog. Estou morando no sul da França e tudo aqui faz vc se interessar por vinhos. Sao lindos os vinhedos a beira da estrada.Gostaria que voce me desse dicas de bons vinhos tinto , branco e até rose desta regiao. No mercado a variedade é muito grande . Abraços.
acredito que você vai gostar