Crise, que crise? A economia mundial pode até estar indo ladeira abaixo, mas o mundo do vinho parece que marcha em posição contrária. Estudo realizado pela empresa de consultoria International Wine and Spirit Record para a Vinexpo – megafeira anual de Bordeaux para profissionais do ramo – prevê que o mercado mundial de produção de vinho vai crescer 3,8% entre 2008 e 2012. Já o consumo global terá acréscimo de 6% nos próximos quatro anos.
Os números revelaram algumas curiosidades e mostraram uma tendência de maior participação do novo mundo tanto na produção quanto na beberagem. Rússia e China são os países onde o consumo aumenta mais rapidamente, o que garante o ritmo de crescimento dos últimos – e dos próximos – anos. Os chineses, também grandes produtores, estão caindo de boca nas garrafas de todo o mundo, como o pessoal da foto acima que ilustra esta nota.
O tamanho da sede, no entanto, alterou um pouco o gráfico de consumo de vinho tranquilo no planeta que, até 2012, estima-se, será em torno de 2,8 bilhões de caixas. (Os espumantes não são considerados nesta conta. Mas a previsão das borbulhas é espantosa: um aumento de 12%!).
Em 2007, a Itália tomou o posto da França como maior consumidora, com 299 milhões de caixas negociadas. Já os Estados Unidos se tornarão o número 1 em consumo de tintos e brancos em 2012 – um crescimento de 12%.
Os americanos já são hoje em dia o povo que mais enfia a mão na carteira para comprar vinho, algo próximo a 22 bilhões de dólares. Alguém ainda duvida do poder e da influência de Robert Parker no mercado?
Enquanto isso, no Brasil…
Aqui a crise pegou em cheio o vinho importado. O mercado que nadava de braçada há cinco anos com crescimentos anuais em torno de 27% registrou em 2008 um aumento de apenas 5,81%. Os vilões foram as mudanças tributárias que começaram a incidir sobre a bebida no ano passado e principalmente a crise cambial que chegou a valorizar o dólar em até 45%!
O quadro abaixo mostra o ranking dos países mais importados, sob o critério de volume. A novidade é a ascensão da Itália para o terceiro posto e o consequente rebaixamento de Portugal para a quarta posição. O Chile, como vem se repetindo desde 2001, ocupa o lugar mais alto do pódio, seguido da Argentina.
1º Chile 34,38%
2º Argentina 26,54%
3º Itália 17,91%
4º Portugal 11,24%
5º França 4,54%
6º Espanha 1,82%
7º Uruguai 1,70%
8º África do sul 0,58%
9º Alemanha 0,54%
10º Austrália 0,40%
11º EUA 0,12%
12º Nova Zelândia 0,11%
(Fonte: Adão Augusto A Morellato, International Consulting)
Bem, falando em importados, janeiro é tempo de liquidações nas grandes lojas e importadoras. Vale a pena? Quais os cuidados? E as melhores ofertas? O próximo post será sobre este tema. Preparem os saca-rolhas!
ola. Ref. chineses e russos os numeros nao mostram o que aconteceu apos Julho 08. Duvido que o consumo se manteve o mesmo (mesmo com inverno). Sobre o o crescimento no consumo ha boas e mas noticias: o consumidor (ja esta ocorrendo isso) esta indo atras de vinhos mais baratos. Como se diz nos USA, $10 he o novo $20.Saludos
Olá! Ainda que sempre leio a Veja, pela primeira vez olhei esse blog. Moro na Nova Zelandia, precisamente na região de Marlboroug, a maior produtora de vinhos do pais. Estamos cercados de vinhedos por todos os lados. Apens resolvi escrever para alertar que há um erro no mapa de vinhos da NZ. Onde esta escrito “Ontago”, o correto é “Otago”.De agora em diante, estarei de olho no blog!