Na eleição para presidente dos Estados Unidos deste 4 de novembro de 2008, entre uma safra mais antiga, a de 1936 (McCain, ano de lançamento da primeira cuvée Dom Perignon), e outra mais recente, de 1961 (Obama, ano de excelência do Chateau Lafite-Rothschild), o júri popular americano optou pelo frescor da novidade.
Não tenho informações das preferências líquidas de Obama e McCain, sequer se bebem vinho, mas o blog americano winelabelsproject.com até criou um rótulo virtual do senador de Illinois – agora presidente eleito: Obama: Wine We Can Believe In, com o comentário: It s not about red or white wine, it s about american wine (veja imagem acima). A brincadeira continua na “crítica" ao vinho, recomendado para qualquer comida, em qualquer lugar, com qualquer companhia.
O mais curioso é que a vice do candidato McCain, Sarah Palin, esta sim tinha um vinho chileno de verdade sendo vendido nas prateleiras com seu nome estampado. Trata-se do Palin Syrah, um tinto vinificado pelo método orgânico, do Vale do Limari, descrito na carta de vinhos de um wine bar em San Francisco com notas de pimenta branca. Com o preço acessível de 13 dólares a garrafa, os consumidores detonaram os estoques das lojas, já a candidata a vice pela chapa republicana encalhou nas urnas.
Candidatos, assim como vinhos, saem das pranchetas dos profissionais de imagem mirando o sucesso. É no governo, assim como na taça, que aparece a verdade: os vinhos/candidatos podem entregar logo de cara o que prometeram, evoluir com o tempo, ou, em casos ruins, avinagrar e ainda provocar uma baita dor de cabeça.
O mundo aguarda os primeiros passos de Obama para dar sua pontuação.