Você gosta de malbecs argentinos, de Mendoza? Ok, temos uma coluna só sobre isso. Malbecs de outras regiões, como Salta e Patagônia também podem ser encontados neste post aqui, é só clicar. Há recomedações também para quem aprecia a malbec misturada a outras uvas. Mas nesta quarta e última parte da série de 50 vinhos saborosos da Argentina que vale a pena conhecer, as dicas são de vinhos de Mendoza em que a uva malbec é deixada de lado. São vinhos produzidos com outras uvas. Para mim, as melhores surpresas de uma viagem à Argentina para explorar um pouco mais o universo dos tintos (mais esses) e brancos do país.
- Leia também: Qual o melhor vinho argentino? Concurso escolhe os melhores em diferentes faixas de preço
Atenção, não é uma lista dos melhores vinhos da Argentina, mas uma seleção da rica amostra de tintos e brancos que provei em uma semana em viagem por lá. Trata-se, como só pode ser, de uma seleção pessoal.
- Leia também: 50 vinhos argentinos que vale a pena conhecer. Parte 1 – Salta e Patagônia
- Leia também: 50 vinhos argentinos que vale a pena conhecer. Parte 2 – malbec de Mendoza
- Leia também: 50 vinhos argentinos que vale a pena conhecer. Parte 3 – vinhos de corte de Mendoza
Região de Mendoza – varietais de outras uvas
80% da produção de vinhos da Argentina está concentrada nos vales de Mendoza, limítrofes à Cordilheira dos Andes. Apesar da fama – justa – da malbec, muitas outras variedades são plantadas aqui com excelente resultado. Esta lista mostra algumas delas que resultam em vinhos varietais de respeito, deliciosos e que expressam o potencial de cada uva. O meu destaque fica por conta da cabernet franc (a variedade que mais cresce) e da cabernet sauvignon. Mas há surpresas, como uma boa branca verdelho, outra viognier, dois syrah explêndidos e outras experiências. Diversidade é a palavra do vinho.
40 Numina Cabernet Franc
Bodegas Salentein
Região: Vale do Uco
Site oficial: http://www.bodegassalentein.com/
Uva: abernet franc
Importador: Zahil
R$ (entre 20 e 30 dólares na Argentina)
Voz do vinho: grande vencedor da AWA (Argentina Wine Awards) 2014 na categoria cabernet franc de 20 a 30 dólares, lá na Argentina. Tem uma característica da fruta de Mendoza, que é um toque defumado, um boa doçura de taninos, além de especiarias e frutinhas vermelhas.
Por que escolhi: bom representante da qualidade do cabernet franc argentino
41 Lagarde Cabernet Franc 2011
Bodega Lagarde
Região: Luján de Cuyo, Mendoza
Site oficial: www.lagarde.com.ar
Uva: cabernet franc
Importador: DeVinum
R$ 80,00
Voz do vinho: aroma intenso de geleia de frutas vermelhas, notas de eucalipto, herbáceas e o mesmo toque defumado que caracteriza o Numina. doce, suavidade cativante. Tem um final longo e persistente.
Por que escolhi: bela presença em boca
42 Casarena Single Vineyard Cabernet Franc 2011
Casarena Bodega y Viñedos
Região: Agrelo, Luján de Cuyo
Site oficial: www.casarena.com
Uva: cabernet franc
Importador: Magnum
R$ 130,00
A voz do vinho: quem acompanhou esta série de indicações da Argentina percebeu uma certa queda pelos rótulos da Casarena, da Pascual Toso e da Lagarde. Mais uma vez o cuidado do jovem enólogo Bernardo Bossi Bonilla se traduz neste cabernet franc de grande estrutura, potência, com a fruta (amoras) e o toque herbáceo em perfeita comunhão e que se beneficiam do tempo em barrica francesa (18 meses).
Por que escolhi: por que eu quero insistir na tecla da cabernet franc argentina de boa qualidade
Vistalba
Região; Luján de Cuyo
Site oficial: http://www.carlospulentawines.com/
Uva: petit verdot
Importador: Domno Brasil
R$ 90,00
A voz do vinho: linha varietal da Bodega Vistalba, que também tem ótimos vinhos de corte, denominados de Corte A, B e C. Aqui a petit verdot se destaca por frutas vermelhas marcantes acrescidas de um eucalipto aparecidinho. Bem macio e doce na entrada, um bom corpo e um belo final.
Por que escolhi: por ser um varietal agradável de petit verdot
44 La Espera Reserva Syrah 2007
Funckenhausen Vineyards
Região: San Rafael, Mendoza
Site oficial: www.funckenhausen.com
Uva: syrah
Sem importador no Brasil
A voz do vinho: envolvido em negócios marítimos, o alemão Kurt Hienlein aos 74 anos resolveu investir em seu sonho e adquire um vinhedo em Mendoza. Seu objetivo é montar uma vinícola butique, com vinhos de alta qualidade e expressão. Este trabalho do tempo que o vinhedo exige, combinado ao tempo que aguardou para investir em vinhos se traduz no poético rótulo que mostra um banco vazio e representa graficamente o nome do vinho: La Espera. O clima mais frio da região de San Raphael permitiu uma ótima maturação da syrah e a variedade revela suas características de potência, corpo e especiarias com grande elegância e persistência. Passa 12 meses na barrica. Safra de 2007, com mais alguns anos de maturação na garrafa. Mais uma espera, antes de ir para a taça. Um vinho para se decantar e conhecer aos poucos.
Por que escolhi: um vinho que encanta o paladar e um rótulo que encanta os olhos
Bodega Argento
Região: Maipú
Site oficial: http://www.argentowine.com/pt/
Uva: bonarda
Importador: Domno
R$ 25,00
A voz do vinho: um bonarda fresco, jovem e fácil de beber, doce na entrada e com uma boa fruta
Por que escolhi: tinha de selecionar um bonarda, não? Preferi este de caráter mais jovem e fácil de gostar, de encontrar e com ótimo preço
46. Pascual Toso Alta Reserva Syrah 2012
Pascual Toso
Região: Maipu, Mendoza
Site oficial: www.bodegastoso.com.ar
Uva: syrah
Importador: Vinoteca Dibeal Brasil CIEBA
R$ 100,00
A voz do vinho: Pascual Toso Alto Reserva é o vinho argentino mais vendido, em valor, no exigente mercado japonês. A grife do enólogo americano Paul Hobs ajuda um pouco, mas vamos combinar que o homem entrega. Este syrah de solo pedregoso interage por 24 meses em barricas de carvalho o que lhe aporta uma fruta madura, uma potência importante e envolventes notas de especiarias, revelando um tinto de classe e vigoroso. Trata-se da primeira safra da linha Alta Reserva. Começou arrasando. Quem disse que o papel dos consultores é sempre nocivo para o vinho e sua identidade, hein, Jonathan Nossiter?
Por que escolhi: apesar de seu colega cabernet sauvigon da linha Alto Reserva também impressionar este syrah arrasou no vigor da uva
47. Septima Obra Cabernet Sauvignon 2012
Bodega Septima
Região: Luján de Cuyo e Tunuyán
Site official: http://www.bodegaseptima.com/
Uva: cabernet sauvignon
Importador: Interfood
R$ 115,00
Voz do vinho: cria do grupo Cordoniu, a Bodega Septima é comandada por enólogas mulheres. O cabernet sauvignon passa 10 meses por barricas de segundo uso francesas e americanas, que aporta um café com leite, baunilha e notas tostadas (quase um café da manhã, não?). Tem uma boca ampla, gostosa onde se destacam aquelas frutas vermelhas como cerejas e o defumado percebido no nariz.
Por que eu escolhi: cabernet sauvignon saboroso e bem feito argentino
Bodega Lagarde
Região: Luján de Cuyo, Mendoza
Site oficial: www.lagarde.com.ar
Uva: viognier
Importador: DeVinum
R$ 46,00
A voz do vinho: um vinho é um vinho e seu contexto. Este expressivo, refrescante e untuoso viognier eu provei numa sacada à beira de um vinhedo nas franjas da cordilheira dos Andes. Seus aromas de flores eram delicados e não carregados como costuma apresentar a viognier do novo mundo. E a acidez dava uma bela sensação de frescor.
Por que escolhi: delicioso para bebericar sem compromisso, ou com compromisso pelo prazer.
49 Cristóbal 1492 Verdelho 2013
Don Cristóbal
Região: Rivadavia, Mendoza
Site oficial: www.doncristobal.com.ar
Uva: verdelho
R$ 30,00 a R$ 35,00
A voz do vinho: ora pois, o que a uva nativa da Ilha da Madeira, em Portugal, vem fazer aqui nos vinhedos argentinos? O resultado é bem interesse é merece ser provado. Aromático, fresco, com ampla acidez, e com uma untuosidade gostosa.
Por que escolhi: por que até um argentino pode arriscar um fado de vez em quando
Otaviano Bodega & Viñedos
Região: Luján de Cuyo, Mendoza
Site official: www.bodegaotaviano.com
Uva: chardonnay
R$ 45,00
A voz do vinho: para quem aprecia um estilo de chardonnay mais potente, exibido, este é uma boa pedida e por um bom preço. Tem notas doces de abacaxi em compota, as contribuições da barrica são a presence de caramelo e baunilha, além do tostado. Um vinho bem untuoso e de um chardonnay novo mundo
Por que escolhi: bom exemplo de um certo estilo de chardonnay
Preços coletados em abril de 2014
* Declaração: Este colunista esteve na Argentina a convite da Wines of Argentina, onde provou 228 vinhos, visitou várias vinícolas e teve contato com dezenas de produtores. Desta boca-livre resultou o texto produzido neste post sobre os vinhos argentinos.
Publicado originalmente em abril de 2014
Muito bom este post.
Tem alguma sugestão para uva torrontès?
Olá Heloisa,
obrigado por acompanhar o blog. Sim, no post de Salta e Patagônia tem a indicação do Torrontés da Colomé. http://vinho.ig.com.br/index.php/2014/03/31/50-vinhos-argentinos-que-vale-a-pena-conhecer-parte-1-salta-e-patagonia/
Também vale conhecer o Torrontés Gran Linaje de Cafayte, o Amauta Absoluto, da Bodega El Porvenir, tambémm de Cafayate, Pacual Toso Torrontés 2013, um vinho de entrada, também é bastante saboroso. Espero que ajude
abraços e apareça sempre
boa noite. estarei com dois casais de amigos em mendoza entre 19 a 24.05.14 . alguma sugestoes seriam bem vinda de vinhos, uvas e viniculas a serem exploradas, alem das tradiconais malbec, pinot e as viniculas das familias tradicionais. grato.
Visitei pela primeira vez o blog. Parabéns muito bom.
Se possível, posso receber a listagem dos 50 melhores vinhos Argentinos?
Atenciosamente,
Pedro Belo.
Ve que interesante este reportaje en una pagina de web.