É, o mundo do vinho (world wine) e o Cone Sul se renderam ao idioma do Tio Sam (Uncle Sam) mesmo. O evento chama-se Grand Tasting Argentina 2013, quem promove é o Wines of Argentina, a degustação principal atende pelo nome de Master Class, as visitas guiadas entre os participantes ganharam o título de Wine Walks e um dos malbecs mais surpreendentes da feira tem estampado no rótulo o nome The Apple Doesn’t Fall Far From The Tree. Tudo isso em São Paulo, é claro. O objetivo é “mostrar ao mercado brasileiro a grande diversidade dos vinhos argentinos.” Mas nem tudo está perdido na defesa do purismo latino-americano, no mapa do belíssimo folder preparado pela Wines of Argentina com as principais regiões vitivinícolas do país, as Falklands continuam identificadas no mapa geral como Islas Malvinas…
Tertúlias idiomáticas e ideológicas à parte, havia um cheiro de frutas vermelhas e violetas no ar: um mar de malbecs invadiu os salões do hotel onde os argentinos expunham seus rótulos. Mas não só de malbec. Mais de 40 produtores desarrolharam suas garrafas e mostraram a qualidade e variedade de estilos de vinhos numa exposição significativa das três principais regiões vitivinícolas da Argentina. São elas:
Norte – Salta, Catamarca e Tucumán; aqui estão os vinhedos de maior altitude da Argentina.
Cuyo – Mendoza, San Juan e La Rioja; você provavelmente bebeu um malbec desta região, por aqui são produzidos 80% dos vinhos do país, sendo Mendoza a principal estrela.
Patagonia – Neuquém, Río Negro e La Pampa; os vinhedos mais ao sul do planeta são próprios para caldos mais delicados, tanto de brancas como sauvignon blanc como as tintas pinot noir e refinados malbec.
Vinhos argentinos, consumidor brasileiro
A Argentina ocupa o segundo lugar no ranking de importação de vinhos para o Brasil, com 20,38% em volume, só perdendo para o Chile (39,72%), com folgada dianteira de Portugal e França que estão respectivamente em terceiro ou quarto lugares, dependendo do critério que se use (volume ou valor). Nossos vizinhos colocaram no mercado brasileiro mais de 1,6 milhões de caixas de vinho em 2012.
Ou seja, inimigos no campo de futebol, a rivalidade é superada na taça. É o vinho do dia-a-dia de muito brasileiro, de iniciação para muita gente, incluindo alguns especialistas que deram seus primeiros goles em malbecs e cabernets dos pampas e hoje olham com desdém para os fermentados vizinhos.
Côt, mas pode chamar de malbec
Não tem como escapar do chavão: a malbec é sinônimo de vinho argentino. E com justiça. É o maior produtor mundial da uva. Só para contextualizar, do total de hectares plantados um terço é de malbec. De origem francesa, de Cahors, em Bordeaux, onde atende o nome de Côt, a malbec encontrou abrigo em terras argentinas e com melhorias no plantio e cuidados na adega mostrou um enorme potencial; há caldos belíssimos, de variados estilos, e uma grande massa muito padronizada para o consumo de massa. Vinho do dia a dia é importante. Afinal de contas, às vezes a gente só quer um vinho palatável para acompanhar um prato ou matar a sede do fermentado de uva – e não pagar muito por isso.
Abaixo um vídeo da Wines Of Argentina com um pouco da história do Malbec e suas principais regiões
Os descritivos da malbec são unânimes na questão da cor: é um vinho profundamente escuro, nos aromas aparecem frutos negros, frutas vermelhas e algum floral em algumas regiões. Na boca se caracteriza pela maciez e doçura (quando doce demais é enjoativo), ganha grande expressão ao passar por madeira, adquirindo aí lembranças de cafém chocolate, tabaco e baunilha.
Uma frase do enólogo Angel Mendoza, citada no livro Vino Argentino, de Laura Catena, filha de Nicolás Catena, o grande responsável pela evolução na qualidade dos malbecs argentinos, resume bem as sensações que um malbec deve transmitir ao consumidor:
“Eu tenho uma agradável lembrança de Robert Mondavi, na ocasião em que ele visitou a vinícola Trapiche, em 1994, e me disse: ‘Um grande malbec deve impressionar por sua profunda e atraente cor escura, seu intenso aroma de frutas negras combinado com um toque de carvalho e seu paladar doce, macio como o bumbum de um bebê recém-nascido…’ “
VIG (Vinho Indicado pelo Gerosa) – Argentinos do Grand Tasting 2013
Como o evento quis demonstrar, existe uma Argentina além do malbec e ela merece ser conhecida. O Grand Tasting 2013 mostrou ainda que a uva tem potencial tanto para vinhos de primeira qualidade, em vôo solo, os chamados varietais, como acompanhada de outras variedades (os blends).
O Blog do Vinho preparou um seleção de 15 vinhos exibidos na feira, que na opinião deste colunista representam uma amostra da qualidade e do potencial da Argentina de hoje (portanto estão de fora clássicos argentinos que você está acostumado ver por aí, como os do pai da Laura, ok?).
A seção especial VIG (Vinho Indicado pelo Gerosa) Argentinos do Grand Tasting 2013 está dividida em três blocos:
- 100% Malbec;
- Além do Malbec;
- Cortes: Malbec e Outras Uvas
VIG 100% Malbec
A pura expressão do malbec com seus aromas de frutas negras, frutado marcante, aveludado e até um pouco doce, onde flores e frutas se encontram, o álcool, às vezes alto, se integra com a madeira que entrega complexidade e um fôlego para um final mais prolongado.
Vallisto 2010
Vallisto – Valle de Cafayate – (http: www.vallisto.com)
Uva: 100% malbec
Importador: não tem
Este malbec é especial. É aquele tipo de vinho que tem identidade, personalidade e uma boa história. Três enólogos, Francisco Lavaque, Marcelo Pelleriti e Hugh Ryman se uniram para elaborar um blend (uma mistura) de malbecs. Cada um elegeu 5 parcelas dos vinhedos do Valle de Cafayate e juntos chegaram à concepção deste caldo surpreendente que ficou amaciando 12 meses em barrica e traz concentração de fruta e complexidade na boca e um nariz sutil de fruta queimada. De vida longa na garrafa. De se beber exclamando: ohhh!
Sem importador no Brasil. Ahhhh!
The Apple Doesn’t Fall Far from the tree
Matias Riccitelli – www.matiasriccitelli.com
Uva: 100% malbec
Importador: não tem
Um vinho com este nome chama a atenção de imediato. A explicação dada pelo jovem enólogo Matias Riccitelli é a que segue: “Assim como uma maçã não cai longe da árvore, um vinho não pode ser elaborado sem uma história. Minha história reflete os ensinamentos de minha família e a paixão que caracteriza a todos e cada um de nós.” Matias, vale destacar, é filho do prestigiado enólogo da Norton, Jorge Ricitelli. Este malbec de vinhedos de mais de 15 anos, que estagia em barricas francesas por 12 meses, tem no seu DNA a tradição do aprendizado e a fagulha da inovação. É moderno, concentrado, com boa fruta e final longo. A suavidade e doçura dos taninos interagem com a boa acidez. Matias tem mais dois outros malbecs: Vineyard Selection e Republica del Malbec, este último ele considera a máxima expressão da malbec, elaborado a partir de vinhedos de 80 a 100 anos. São vinhos mais complexos – passam 16 e 18 meses em barrica -, mais sérios, mas eu aposto mais na proposta quase irreverente do The Apple Doesn’t Fall Far The Tree. Algum importador disposto a apostar no rapaz?
Casarena Lauren’s 2010
Casarena Bodega y Viñedos (www.casarena.com) – Mendoza/Agrelo
Uva: 100% malbec
Importador: Magnum
R$ 130,00
O rótulo é uma vista área geométrica e estilizada do vinhedo em Agrelo. Uma parcela única abastece este vinho de floral intenso, a tal da violeta, quase um vidro de perfume em forma de vinho, e de boca ampla e sedutora. Um malbec feminino e sedutor, para aqueles que apreciam a exuberância do primeiro impacto, mas exigem estrutura no paladar.
Sottano Judas Malbec 2009
Bodega Sottano (www.bodegasottano.com) Mendoza
Uva: 100% malbec
Importador: Max Brands
R$ 300,00
Um tinto superlativo em tudo, inclusive no preço. Começa pela garrafa pesada – para muitos um quesito de qualidade, para mim apenas um esforço maior em manusear o vasilhame e um custo maior ao meio ambiente -, passa pela tinta escura, por uma explosão de aromas, pela madeira presente (18 meses de primeiro uso, francês e americano) e por uma estrutura marcante, um corpo e final intensos. Vinhão, mostrando todo o potencial da malbec. São produzidas apenas 5.000 garrafas desta belezinha que justifica seu nome por meio de sua história. Este caldo era produzido para consumo interno. Um dos filhos que comanda a bodega começou comercializá-lo, sem contar para a família. Desvendada a experiência, o tinto entrou em linha e foi batizado como Judas, por conta da traição familiar. Tipo da história que ajuda a compor um mito, não faria muito sucesso em alguns bairros de São Paulo…
Terrazas Single Vineyard las Compuertas Malbec
Terrazas de Los Andes (www.terrazasdelosandes.com) – Mendoza –
Importador: Moët Hennessy do Brasil
R$: 205,00
Terrazas é um velho conhecido do consumidor brasileiro. Sua bem feita linha reserva é presença constante nas prateleiras dos supermercados. Sua etiquetas ensinaram ao consumidor a importância dos vinhos varietais de altitude. O malbec macerado e fermentado nesta garrafa vem de vinhedos antigos e únicos plantados a 1067 metros do nível do mar. O caldo é rico, concentrado, fino, de uma riqueza aromática e uma boca ampla. Aquelas frutas vermelhas doces, os florais típicos da malbec, mas sem excesso.
VIG Além do Malbec
As três grandes regiões da Argentina produzem também outros tipos de uvas, como cabernet sauvignon, cabernet franc, petit verdot. Destaque para a bonarda, outra variedade que merece representar o país como melhor expressão de sua terra. Entre as indicações um surpreendente semillon de 1942 de tomar de joelhos.
Pascual Toso Alta Reserva 2009
Pascual Toso – Mendoza (www.bodegastoso.com.ar)
Uva: 100% cabernet sauvignon
Importador: Vinoteca Dibeal Brasil CIEBA
R$ 100,00
A Pascual Toso é o vinho argentino mais vendido, em valor, no exigente mercado japonês. A consultoria do enólogo americano Paul Hobs ajuda um pouco, mas vamos combinar que o homem entrega. Este cabernet sauvignon de solo pedregoso interage por 24 meses em barricas de carvalho o que lhe aporta uma fruta madura, uma potência importante e revela tinto de classe e vigoroso. Trata-se da primeira safra da linha Alta Reserva. Começou arrasando. Quem disse que o papel dos consultores é sempre nocivo para o vinho e sua identidade, hein, Jonathan Nossiter?
Bonarda 2007 – Reserva Edição Limitada
Nieto Senetier (www.nietosenetiner.com.ar) – Mendoza
Uva: 100% bonarda
Importador: Casa Flora
R$: 100,00
Há anos este bonarda Reserva Edição Limitada é uma unanimidade. O tradicional rótulo dourado, meio brega, parece uma fivela, nunca decepciona. Vinhedos de 35 anos, 12 anos de madeira francesa. Um top bonarda. Tem um bom volume, muita expressão de fruta em boca, e uma boca redonda, ampla, que convida novos goles. Quer conhecer o potencial e a grandeza da bonarda? Prove este vinho.
Decero Petit Verdot 2010
Finca Decero (ww.decero.com) – Mendoza
Uva: petit verdot
Importador: Anna Import
R$: 145,00
Um varietal 100% petit verdot é quase uma ousadia. Não é uma unanimidade. Mas a mim me agrada muito. Comum em cortes, este petit verdot é parte do vinho ícone da Finca Decero, o Amano Remolinos Vineyard (R$ 240,00), que leva doses de malbec, cabernet sauvignon, petit verdot e tannat e exibe todo pimpão um final longo e harmonioso. Para esta “Mini Edição” são selecionadas pequenas parcelas de petit verdot colhidas à mão, com baixo rendimento – o que dá frutos mais vigorosos. Na cantina passa 16 meses em barris de carvalho francês. Um ataque floral no nariz é seguido por um bom volume em boca macio e boa acidez. O vinho redondo, sem arestas, agradável de beber. De petit, ele não tem nada.
Don Baltazar Cabernet Franc
Bodegas y Viñedos Casa Montes S.A. (www.casamontes.com.ar) – San Juan.
Uva: cabernet franc
Importador: Itanav Food & Beverages
R$: 60,00
A Argentina tem bons cabernets francs. Este Don Baltazar ainda tem o mérito de ser um vinho acessível. Uma fruta gostosa é seu principal mérito, que persiste no final da boca. Tem um nariz agradável algo de ervas e baunilha. Um vinho que convence, mas não é convencido. E demonstra a qualidade desta uva pouco conhecida em carreira-solo.
Lagarde Semillon 1942
Lagarde – Mendoza (www.lagarde.com.ar)
Uva: semillon
Importador: DeVinum
R$: 500,00 (quando decidem vender)
Você não vai conseguir comprar este vinho. Nem eu. Este é aquele tipo de vinho de exibição que algumas vinícolas têm a sorte – e o privilégio – de exibir em eventos como este. Vale pela história, vale pelo vinho. Quando adquiriu a bodega em 1975 a família Pescarmona deparou com um tonel com capacidade de 1.800 litros de um semillon (uma uva branca) de 1942! É quase como ganhar na loteria sozinho. Conta-se que era comum em Mendoza, em meados do século passado, usar 5% de vinho branco para dar uma amenizada no caldo tinto. No caso da Lagarde a fórmula era 95% de malbec com 5% de semillon. Em raros anos era elaborado em semillon de colheita tardia. Este foi o tonel encontrado. O vinho terminou de ser engarrafado em 1990 e restam apenas 250 garrafas que somente em ocasiões especiais são abertas e raramente comercializadas. A última garrafa foi vendida por cerca de 500 dólares. O vinho tem uma cor amarelo ouro, um aroma intenso de frutas secas, seco na boca, tem um toque oxidativo típico que lhe confere uma nobreza e um final longo. Às cegas você jura que está bebendo um Jerez, do estilo amontillado. Uma raridade premiada em todo o mundo e exibida como joia da coroa da Lagarde. Foi um privilégio, eu sei. É um vinho de exibição e eu fui um pouco exibido. Espero não ser alvo de passeatas…
VIG Cortes: Malbec e Outras Uvas
Vinhos de corte são basicamente vinhos de autor, onde o enólogo mais exerce sua influência no resultado final da bebida, pois sua decisão de quais uvas e usar e em qual quantidade desenham o estilo do vinho. A malbec é quase sempre protagonista, mas enriquece muito escoltada por outras uvas.
Norton Privado 2009
Norton (www.norton.com.ar) – Mendoza
Uvas: Malbec 40%, merlot 30%, cabernet sauvignon 30%
Importador: Wine Brands
R$ 93,00
Jorge Riccitelli, o chef de cozinha dos vinhos da Norton, foi escolhido o enólogo do ano pela Revista Wine Enthusiast em 2012. Ele comandou uma degustação no evento Wines of Chile e apresentou, com alguma modéstia, sua criação. Trata-se do top de linha da Norton, Privado da safra 2009. Um bom vinho, agradável nos aromas de frutas maduras e uma lembrança de café da manhã na boca, com traços de café no final de boca (olha a barrica aí, gente!). Os 14,8 graus de álcool não são perceptíveis. Descansa (ou trabalha depende de como se vê as coisas) 16 meses em barricas de carvalho francês e ainda aguardar mais uma ano na garrafa antes de sair para a mesa do consumidor. E o preço não assusta.
Trapiche Iscay 2008 Malbec Cabernet Franc
Trapiche (www.trapiche.com.ar) – Mendoza
Uvas: malbec 70%, cabernet franc 30%
Importador: Interfood
R$ 200,00
Este negócio de juntar dois enólogos (ou mais), duas uvas de parcelas diversas e fazer um vinho parece que dá mais certo do que errado. Daniel Pi, o enólogo-chefe da Trapiche, e Marcelo Belmonte, diretor de viticultura, elaboram este belo blend que varia na seleção das uvas de acordo com a safra. Iscay, na linguagem quéchua, dos incas, significa dois. A mistura da emblemática malbec com a cabernet franc traz a junção da sensação da fruta madura e notas de especiarias com um delicioso toque balsâmico. A safra de 2010 traz a combinação syrah (97%) e viognier (3%) e é simplesmente soberbo, às cegas, dir-se-ia, nobre colega, tratar-se de um legítimo Rhone, com suas características de especiarias, toques terrosos e bela acidez. Já que Iskay é sempre duplo, fica a indicação dos dois blends, ambos a 200 contos.
Tukma Gran Corte 2010
Tukma (www.bodegatukma.com.ar) – Salta
Uvas: malbec 65%, tannat 26%, cabernet sauvigon 15%
Sem importador no Brasil
Um vinho de altura, ou seja com vinhedos plantados a 1700 metros do nível do mar. O malbec se mostra na entrada, com o floral gostoso, na boca uma mistura de chocolate com tabaco, como aqueles aromas de cigarrilhas aromatizadas, no final um toque de especiarias. Boa estrutura, belo exemplar da capacidade da malbec ganhar quando misturada com outras uvas. Deve envelhecer bem na garrafa.
Henry Grand Guarda nº 1 2007
Lagarde – Mendoza (www.lagarde.com.ar)
Uva: cabernet franc 40%, malbec 31%, syrah 29%
Importador: DeVinum
R$ 210,00
O vinho número 1 da Lagarde, como sugere o nome, só é elaborado em safras especiais e passa dois anos em barricas de carvalho de primeiro uso. A palheta de aromas é ampla, com destaques para café, couro, tostado, tabaco, pimenta, fruto do tempo em madeir. O paladar confirma esta impressão, quase um ambiente de uma charutaria em taça. Potente, sério, final longo e, curiosamente, a malbec não é protagonista, com a cabernet franc dando o tom nas frutas pretas e no toque floral.
Cheval des Andes 2007
Terrazas de Los Andes (www.terrazasdelosandes.com) – Mendoza
Uvas: malbec, cabernet sauvignon, merlot, cabernet franc e petit
verdot
Importador: Moët Hennessy do Brasil
R$ 320,00
Você chegou até aqui? Respeito a persistência. O mundo é dos perseverantes. E o prêmio é este clássico argentino, que poderia muito bem ser um clássico bordalês ou internacional. Trata-se de um Grand Cru dos Andes. A comparação não lhe cai mal. Até por suas origens: o Cheval des Andes é fruto da fusão do Chateau Cheval Blanc, de Saint Emillion e o Terrazas de los Andes. Refinado desde o rótulo simples, é uma combinação de complexidade e elegância de sabores, que vai crescendo com o tempo na taça, que deve evoluir lindamente na garrafa. Ficar enumerando aqui as frutas e aromas não transmitiria o principal do vinho: sua persistência, elegância e o prazer que se tem bebendo.
Torrontés
Um incauto pode indagar, e a Torrontés? A uva branca clássica e nativa argentina? Ela estava lá, eu tomei alguns goles destes frascos de perfume em ampolas de vinho. Mas como bem pontuou o enólogo da Norton, o premiadíssimo Jorge Ricitelli: “A torrontés não tem meio termo, ou se gosta ou se odeia”. Eu estou no segundo grupo e não me sinto isento para julgar ou indicar. Que a entenda que o ƒaça. Fui.
Sempre procuro nos Supermercados ou no Macro os rótulos que tem a designação
que trata-se de vinhos produzidos com uvas Malbec, aprecio muito.
Faltou Manos Negras, Zaha, Mayuco (valle calchaqui), Zorzal Blend, Desierto Pampa ( blend, shiraz, cabernet sauvignon e Caberner franc vinhos que sao assinados pelo Hobbs, RD (huarpe valle calchaqui) Beto seu comentario sobre o Torrontes é perfeito, eu gosto e muito pois nasci na argentina e bebia torrontes com meus amigos sempre… agora tem uns Pinot Grigioe Voignier excelentes mendocinos ( bodega las perdices) e um Sauvignon Blanc fantastico do Rolland (Mariflor) vale a pena experimentar.