O mundo do vinho acordou mais triste nesta terça-feira, dia 10 de fevereiro. Faleceu, a 1 hora desta madrugada, vítima de um infarto agudo, o presidente da Vinícola Salton, Ângelo Salton. Segundo assessoria de imprensa da empresa, há 15 dias o empresário havia feito um check-up geral e nada havia sido constatado. O corpo está sendo velado no cemitério do Araçá e às 16 horas segue para o crematório de Vila Alpina. Ângelo tinha 56 anos e deixa a mulher, Fátima, e quatro filhos.
No último encontro que tive com Ângelo, em um restaurante em São Paulo no final do ano passado, ele esbanjava otimismo e bom humor – uma característica marcante de sua personalidade – e estava cheio de planos para o aniversário de 100 da Salton, que será comemorado em 2010. Seus planos, certamente, terão continuidade na empresa.
Reproduzo abaixo o último texto que publiquei sobre Ângelo e o sucesso dos espumantes Salton na edição de dezembro de Veja São Paulo. Esta é a modesta homenagem deste blog a este guerreiro do vinho nacional.
O senhor das borbulhas
De cada três espumantes abertos no Brasil, dois
são nacionais. E 40% da produção brasileira é
do paulistano Ângelo Salton Neto
Por Roberto Gerosa 19.12.2007
Uma visita ao restaurante Fasano, em 2000, mudou a vida do empresário paulistano Ângelo Salton Neto. Enquanto tentava incluir um de seus rótulos na refinada carta de vinhos da casa, notou que a maioria das mulheres bebia um prosecco italiano durante a refeição. Imediatamente, ligou para o enólogo da Salton, em Bento Goncalves, no Rio Grande do Sul: “Aqui, só se bebe isso. Precisamos fazer o nosso”. Estava com sorte. Em suas propriedades havia 77 hectares cultivados com a uva prosecco, que era usada em outro tipo de vinho. Em três meses, lançou 6 000 garrafas. Um sucesso de público e crítica. De lá para cá, investiu pesado em sua linha de espumantes e, há três anos, chegou à liderança do setor, ultrapassando a Chandon, sua maior concorrente. De cada 100 garrafas de espumantes finos produzidas no Brasil, quarenta saem dos tanques de aço da Vinícola Salton, encravada na região de Tuiuti, vizinha a Bento Gonçalves.”E eu nem sabia que prosecco era o nome da uva”, conta Ângelo.
O bisavô de Ângelo veio para o Brasil em 1878. Saiu da comuna italiana de Cison di Valmarino, na região do Vêneto, próximo a Valdobbiadene, o berço dos melhores proseccos do mundo. Instalou-se na colônia italiana de Dona Isabel, atual Bento Gonçalves. Seus sete filhos fundaram, em 1910, a vinícola que foi batizada com o sobrenome da família. Na década de 40, o pai de Ângelo se mudou para São Paulo. O filho nascido aqui há 55 anos foi criado no prédio da Zona Norte onde atualmente funciona outra empresa do grupo, a Conhaque Presidente (20 milhões de litros vendidos ao ano). “Passei a infância no meio daquelas garrafas”, lembra. Engenheiro mecânico formado pelo Mackenzie, Ângelo largou a carreira para ingressar na companhia em 1976. Desde 1986, está na presidência do grupo, que tem um faturamento previsto de 39 milhões de reais para este ano, só com a linha de espumantes. “As mulheres e as festas são as grandes responsáveis por esse sucesso”, diz.
Ângelo, que cultiva a barba desde os tempos de faculdade, tem um jeito bonachão e um vozeirão que fazem lembrar um pouco o ator Orson Welles em seus últimos filmes. É um vendedor nato. Nas feiras de vinho, serve pessoalmente clientes e curiosos. “Defendo a qualidade do vinho nacional, e peço para comprar o meu, claro.” Atualmente, é respeitado pela crítica especializada e está sempre na mídia – pode ser visto com freqüência no Programa Amaury Jr., da Rede TV!. Até chegar a esse ponto, no entanto, teve de quebrar resistências. Certa vez, para chamar a atenção do jornalista e colunista de vinho da rádio CBN Renato Machado, abriu com estardalhaço um espumante. “Ele reclamou da maneira como a garrafa foi aberta, mas experimentou e aprovou a bebida”, afirma. “Não me lembro desse encontro e não tenho conhecimento dos espumantes da Salton para fazer qualquer comentário”, diz Machado. De olho na renovação dos consumidores, Ângelo aposta no lançamento, em fevereiro do ano que vem, do Prosecco Night, em garrafas de 375 e 750 mililitros. “Quando eu tinha 19 anos, só bebia uísque. Hoje, os jovens gostam de espumante”, afirma ele, que só foi trocar o malte escocês pelas borbulhas depois dos 40.
Condolências à família do Sr. Salton.
Que chato! Espero que a família e a empresa superem a perda, sem deixar de acreditar no que ele defendia.
Numa visão “POÉTICA”Bebendo com “CLASSIC”Com grande “DESEJO”Esbanjando “TALENTO”É “EVIDENCE” que nos “RESERVA OURO”Estou Triste “PRESIDENTE”no
Parabéns pelo post e por ter colocado um bocado da biografia do festejado Angelo Salton. É com tristeza que todos nós, amantes do vinho, ouvimos esta triste notícia. Nossos pêsames à família e a todos os enólogos e amigos apreciadores dessa maravilhosa bebida. Obs.: talvez pelo caráter urgente da notícia, o “c” de check-up não foi posto.
foi uma perda muito grande para a familia amigos e para os empresarios honestos deste pais angelo a onde voce estiver saiba que eu sempre te admirei como amigo empresario e familia,amigao voce vai fazer muita falta saudades desde ja
Família Salton… o BRASIL chora esta perda inestimável junto com vocês, pois perdemos não só um grande empresário, mas um homem cuja alegria contagiava a Todos.Sentimentos.
Nossa, eu fiquei sabendo ontem dessa notícia…pois estava fora e sem tpo pra acessar a mídia.Fiquei chocada. Uma pena mesmo.Que ele descanse em paz!!!
Condolências à família do Sr. Ângelo. Fiquei muito chateado com esta notícia!!! Sou corretor de imóveis e tive vários contatos com o Sr.Ângelo, cujos ele sempre me atendeu com muito respeito e consideração à mim e ao meu trabalho. Que Deus o tenha na Glória e dê conforto aos seus familiares.