Quais os vinhos mais importados no Brasil? Esta é meio fácil. Se você cravou Chile acertou em cheio. Se apostou na Argentina, não ficou longe. Nem é preciso ser especialista no assunto para chegar a esta conclusão. Basta percorrer os corredores dos supermercados e medir o tamanho das prateleiras de vinhos destes dois países para encontrar a resposta. Ou ler o título desta coluna… Mas o que talvez você não conheça são os números. Vamos a eles então.
Chile e Argentina juntos são responsáveis por 63,29% em volume de vinhos que entram no país. Só o Chile contribuiu com 43,08% nesta conta, restando 20,21% em volume para a Argentina. A conta em valor é um pouco diferente, os dois países juntos são responsáveis por 57,65% do bolo, mas o Chile continua na liderança (36,56%), seguido de Argentina (21,09%). Quatro países do chamado velho mundo – Portugal, Itália, França e Espanha – completam a lista.
Claro que há todo um contexto em torno destes números. Mas o maior deles é o mais óbvio: preço. As isenções de impostos do Mercosul, a alta do dólar e do euro (que deixam o vinho do velho mundo mais caro ainda), a proximidade destes dois países com o Brasil tornam o valor das garrafas sul-americanas mais palatáveis.
Quem mostra – e analisa – estes dados é o empresário e consultor internacional Adão Morellatto. Há doze anos, Morellato reúne dados oficiais da Receita Federal, do Banco Central e do Ministério do Desenvolvimento (MDIC) e comparando os números do semestre monta um relatório que distribui para a imprensa especializada e serve como uma radiografia do mercado importador de vinho. Na sua conta é analisado apenas o segmento de vinhos chamados tranquilos, não computando os vinhos tipos Fortificados, Champagne e Espumantes. A partir de janeiro de 2014, porém, serão incorporados à conta, tornando-a mais objetiva e acurada ainda.
Um trabalho que começou por necessidade – Morellatto tem uma empresa de representação comercial -, acabou virando uma referência no mercado. Para Morellatto o levantamento “tem um contexto mais analítico, identificando as causas, consequências, características e perspectivas, sobre meu prisma de visibilidade”. E acrescenta: “Os números em si, não têm a finalidade conclusiva de atribuir bonança ou incredibilidade e sim, uma descrição do momento vivenciado.” .
Os seis maiores países importadores de vinho no Brasil. E o resto.
O relatório e avaliação do semestre de Adão Morellato segue abaixo na íntegra
1º. CHILE: Como já comentei há algumas semanas atrás com alguns jornalistas deste meio, segue forte e firme na dianteira, mantendo sua estratégia de oferecer neste momento vinhos mais econômicos que os da Argentina, em média 23% mais baixos, atraentemente necessário e eficaz neste tempos de volatilidade cambial. Neste semestre analisado, representa 36,56% em valor e 43,08% em volume. Porém apresenta uma ligeira queda de -1,60% em comparação com o primeiro semestre de 2012.
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2º. ARGENTINA: Como não poderia ser diferente, idêntico ao Chile, que goza de benefícios aduaneiros de isenção de impostos, por acordos bilaterais (MERCOSUL), estabelece-se neste ranking com 21,09% em valor e de 20,21% em volume.
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3º. PORTUGAL: Como aqui não são computados os vinhos listados acima [fortificados], aparece nesta posição, 13,21% em valor e de 12,56% em volume, preocupantemente mostra uma queda de -8,13% em valor e de -16,45% em volume, apresentou um índice de valoração cambial dos vinhos em de 4,48%.
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4º. ITÁLIA: A Itália, na linha de combate direto com Portugal, apresenta um leve crescimento de 1,77%, contudo uma queda de -16,45% em volume, evidenciado pelo aumento médio de 18,50% dos produtos. Aqui uma pequena pausa, atente-se para este ano, verificarem uma tendência de queda participativa de vinhos tipo Lambrusco, iniciando seu declínio, não por consumo aqui propriamente dito, que ainda tem uma gama considerável de consumidores, mas sim pelos custos de produção na origem e regras mais severas e punitivas dos Consorzios, não serem mais tão competitivos como no passado recente. Participa com 11,02% em valor e de 12,06% em volume.
5º. FRANÇA: O gigante vinícola resolveu por aqui mostrar toda sua capacidade enológica. Contrariando os demais, apresenta um crescimento de 11,41% em valor e de 4,50% em volume. Ainda engatinha para chegar aos 10% de share, mas observando que obteve um aumento de 6,60% no custo médio, podemos imaginar perfeitamente que há aqui consumidores dispostos a pagar algo mais por um produto de melhor qualidade. Sua contribuição é de 8,26% em valor e de 3,85% em volume.
6º. ESPANHA: A fúria não levou o taça, ainda somos os melhores, ao menos até a COPA de 2014, salvo alguns percalços, ainda temos a magia, o encanto e a alegria de jogar futebol. Mas como aqui o assunto é vinhos, vamos ao que interessa. Como em anos anteriores, impulsionado por sua vastidão produtiva e variadas denominações que atuam de maneira independente e sistematicamente apostando no mercado brasileiro, colhe os frutos aqui plantados há quase 6 anos. Em um período que os índices apresentados mostraram baixa performance, neste semestre, aqui chegaram apresentando crescimento de 4,60% em valor e de uma pequena queda de -0,50% em volume. Tem 5,00% de share value e de 3,71% de share marketing. Como já informado em artigos anteriores, vieram para ficar.
7º. DEMAIS PAÍSES: Nenhuma consideração mais aprofundada, na média apresentaram queda de -16,64% em valor e de -13,43% em volume, contribuem com 4,87% em valor e 4,54% em volume.
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Os números em si, não apresentaram queda abrupta, em média uma queda de apenas -1,40% em Share Value e de -4,15% de Share Marketing, que se o câmbio manter-se neste patamar e a cadeia distributiva conseguir no 2º semestre escoar, é possível ainda encerrarmos 2013 com uma leve positividade, mais adiante verificaremos como se manterá esta tendência.
ADAO AUGUSTO A. MORELLATTO
INTERNATIONAL CONSULTING
Boa tarde, estou começando a tomar vinho toda a semana. Substituí a cerveja.
Gosto do vinho português Messias “vinho tinto de mesa seco”. Ainda não entendo nada sobre vinho. Gostaria de saber entre os “chilenos e os argentinos”, qual se aproxima ou se assemelha ao português Messias.
muito grato,
Fiquei curiosa para esse vinho Messias!
Não sei qual se aproxima, mas anote: La Linda, Rutini (Argentinos), Tarapacá (Região do Chile, todos ótimos, inclusive os Carménère que hoje são vinhos chilenos, graças aos Andes que os protegeram da praga.
Outras: Riojas, Zinfandel e Primitivos são tops e vão mudar seu paladar
Se for não quiser errar nunca crave Gato Negro. Eu prefiro o carmenere. Ja arrisquei bastante e, considerando custo/beneficio, nenhum chega perto do Gato Negro.
Caro Chiaveli, não conheço o vinho Messias, recomendo a você um malbec excelente argentino Latitud 33. abraço.
Realmente moro aqui em São Borja divisa com a Argentina e trabalho no Grupo Ropel Despachos http://www.gruporopel.com.br/new e vejo milhares de pessoas passarem pelo CUF, para comprarem vinhos e outras especiarias, realmente além do preço estar atrativo os vinhos são os melhores, inclusive pessoas da capital não passam por aqui sem provar ou até mesmo levar como Suvenir estes produtos…Excelente artigo, parabéns!
Caros
colegas
Se voces querem provar um vinho de qualidade frutado perceptível ao paladar sabores de AMORAS, CHOCOLATE, AMEIXAS se chama TEMPUS MALBEC
um abraço
ola
O Vinho Messias não e um Vinho Qualquer
è um vinho do Porto Tanto serve de aperitivo como de digestivo
depende da casta e do ano
em ser seco Dry , tawny, ruby,colheita,vintage nacional,vintage,grande escolha entre outros
Só em Portugal se faz vinhos do porto de qualidade desde ha longas decadas
E da Regiao do porto e douro portugal que nasceu e nasce o vinho do porto
Doce,adocicado ou nao
nascem tambem grandes vinhos de mesa e espumantes
se alguem necessitar de algo e so enviar emaill para [email protected] exportador de bebidas e alimentacao disponham