Religião, papa argentino, Jornada Mundial da Juventude e vinho: eis uma mistura que para a turma dos enófilos suscitou uma curiosidade profana. Qual foi o vinho do papa no Brasil?
Os vinhos nacionais, claro, aproveitaram a oportunidade para colocar seus rótulos à disposição do papa Franciso e sua comitiva durante a visita. O Salton Talento 2007, uma mistrura de cabernet sauvignon (60%), merlot (30%) e tannat (10%), da Serra Gaúcha, foi declarado o vinho oficial do papa no Brasil. Um vinho que eu gosto desde sempre, aliás. A Miolo também colocou seus rótulos Lote 43 e RAR Viognier (um belíssimo branco floral e cremoso) para a passagem do sumo pontífice por Aparecida. Até uma vinícola de Jundiaí, Pedro Maziero, teve seus 5 minutos de fama ao ser selecionada como vinho de missa no interior de São Paulo e para uma refeição papal. Como Francisco é argentino comentou-se também que o Angelica Zapata Cabernet Franc estaria entre suas preferências e seria servido. Com tanto vinho assim parece que o papa Francisco não fez outra coisa. Talvez seja até o segredo de sua disposição para enfrentar a maratona da Jornada. Mas o vinho que o atual morador mais famoso do Vaticano bebeu, com certeza, durante sua estada no Rio de Janeiro, foi italiano.
O chef do papa
Toda a estrutura de alimentação, bebidas e serviço ficou sob a responsabilidade da equipe do tradicional restaurante paulistano Terraço Itália. O chef do restaurante, Pasquale Mancini, foi escolhido para preparar as refeições do Papa Francisco e de sua comitiva durante a Jornada Mundial da Juventude. Pasquale teve como orientação a elaboração de cardápios mais tradiconais e sem muita sofisticação, e seguindo a tradição italiana de sequências à mesa: primo piatto, secondo piatto e dolce.
E os vinhos? Segundo os organizadores, os tintos que acompanharam as refeições do papa Francisco foram fornecidos pelo próprio restaurante. Eram os italianíssimos Santa Cristina e o Villa Antinori, ambos produzidos pela tradicional vinícola Antinori, da região da Toscana.
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Conheça os vinhos
São dois clássicos da Toscana e da Antinori, vinhos de preço médio (não é preciso pegar empréstimo no Banco do Vaticano), boa qualidade e sem ostentação. Encontram-se à venda em lojas especilizadas, supermercados e no site da importadora. Enfim, são vinhos acessíveis e prazerosos, com o jeitão da mensagem do papa Francisco, ideal para compartilhar durante uma refeição junto aos amigos
País: Itália, região da Toscana
Produtor: Santa Cristina/Antinori
Uvas: 90% sangiovese, 10% merlot
Importador: Winebrands – R$ 56,00
Como sabem os conhecedores de vinho italiano, seus caldos clamam pela companhia de uma comida, principalmente este clássico Santa Cristina. A acidez da predominante sangiovese combina muito bem com pratos com molhos, risotos e algumas carnes. É um tinto simples, básico, com aquela fruta leve e presente e um toque sutil da madeira, corpo médio e uma doçura que torna o vinho fácil de beber.
País: Itália, região da Toscana Central
Produtor: Antinori
Uvas: 55% sangiovese, 25% cabernet sauvignon, 15% merlot e 5% syrah.
Importador: WineBrands – R$ 111,00
Trata-se de um outro estilo de vinho, um degrau acima, mais moderno e adaptado ao gosto do consumidor. A italianíssima sangiovese divide o palco com uvas internacionais, o que dá um perfil mais global ao vinho, os aromas são mais frutados e a boca mais macia. Os 12 meses que passa em barricas de carvalho francês, americano e húngaro e mais os 8 meses em garrafa dão a este toscano campeão de vendas um perfil mais amadeirado, um toque de baunilha nos aromas e uma fruta mais madura na boca. Os taninos, aquele palavrão que indica a sensação de adstringência do tinto, são mais suaves e o caldo é mais encorpado.
excelentes vinhos,Francisco o papa tem fez boa degustação no brasil.