O I Ranking de Espumantes Nacionais promovido pela revista Playboy vai dar o que falar… Este Blog do Vinho antecipa o resultado, que estará na edição de aniversário que circula dia 12 de agosto. Das 22 garrafas avaliadas, o grande vencedor foi o Dom Cândido Brut. Conhece? Provavelmente, não. O Dom Cândido é um espumante pouco conhecido do Rio Grande do Sul, elaborado 100% com a uva chardonnay e vinificado pelo método charmat – aquele em que a segunda fermentação é realizada em grandes tanques de aço. A coisa foi séria. A degustação, coordenada pelo presidente da ABS (Associação Brasileira dos Sommeliers), Gustavo Andrade de Paulo, foi às cegas, sem que ninguém soubesse qual rótulo estava na taça, e as garrafas foram compradas em lojas e supermercados.
O segundo lugar, ao contrário, não teve surpresa, coube a um espumante campeão na lista dos nacionais mais admirados e que sempre agrada, o Excellence Par Chandon. A propósito, a maioria dos jurados acertou o rótulo, mesmo às cegas. Como eu sei? Eu fui um dos oito jurados. O restante da classificação, aliás, vai dar muito pano para a manga, ou para a uva. De qualquer forma, os admiradores do vinho têm este mês uma boa desculpa para comprar a próxima edição de Playboy, veja a lista.
Resultado final
1º lugar
Dom Cândido Brut
Método: charmat
2º lugar
Excellence Par Chandon
Método: charmat longo
3º lugar
Aurora Brut
Método: charmat longo
4º lugar
Dal Pizzol Brut
Método: champenoise
5º lugar
Château Lacave Brut
Método: champenoise
6º lugar
Georges Aubert Reserva Extra Brut
Método: charmat
7º lugar
Almadén Brut
Método: charmat
8º lugar
Peterlongo Brut
Método: champenoise
9º lugar
De Greville Brut
Método: charmat
10º lugar
Miolo Millèsime Brut
Método: champenoise
O que significa este resultado? Que o desconhecido Dom Cândido é o melhor espumante nacional do mercado? Menos. Significa, de fato, que naquele dia aquela garrafa foi a que mais agradou a todos os oito jurados (veja lista abaixo). Em minhas anotações rabisquei que a amostra número 3, a campeã Dom Cândido, tinha um perlage persistente (perlage é como são chamadas as bolhinhas de gás carbônico que brotam do fundo da taça em direção à borda e formam aquela espuma), aromas mais evoluídos, mais comuns em champanhes feitas pelo método tradicional (errei feio, como se vê), além de um leve toque de panificação. Confesso que nunca havia experimentado este espumante antes. E achei muito bem feito, destoando no estilo dos demais.
Outro ponto que chama a atenção na lista dos 10 mais: de três produtores mais badalados de espumantes nacionais – Salton, Miolo e Chandon -, somente esta último está entre os três primeiros da avaliação, sobrando para a Miolo o 10º lugar, atrás de marcas como Peterlongo, Aurora, Dal Pizzol e Georges Aubert.
Moral da história?
Prova às cegas é a prova dos noves, aqui não tem truque, o que vale é a percepção gustativa, a experiência – ou falta de – e avaliação do momento, daquela garrafa. Uma boa maneira, também, de rever uma série de preconceitos. Vou provar novamente o Don Cândido Brut e volto a comentar minhas impressões neste espaço. A propósito, não é fácil encontrá-lo, a produção é limitada a 12.000 garrafas.
Os outros sete jurados do ranking.
Alexandra Corvo: sommelière, proprietária da escola de vinho Ciclo das Vinhas e colunista de vinhos do Portal Veja SP.
André Santos: sommelier do restaurante Fasano Al Maré, no Rio de Janeiro.
Débora Breginsky: sommelière do restaurante Dressing e consultora privada de diversos enófilos.
José Maria Santana: jornalista, colunista da revista Gula, escreve sobre vinhos há 18 anos.
Josimar Melo: crítico de gastronomia do jornal Folha de S.Paulo e diretor do site Basílico.
Manoel Beato: sommelier do restaurante paulistano Fasano e autor do livro Guia de Vinhos Larousse.
Richy Anson: sommelier e docente de gastronomia na Universidade Anhembi Morumbi.
Primeiro lugar: é claro que conhece mos a Vinícola Dom Cândido. Muita boa. Muitíssimo estranho, porém, é não aparecer na lista o excelente espumante Cave Geiss da Amadeo. Para mim ainda um dos melhores do Brasil. Pergunto: não foi apreciada na ocasião?
A Dom Candido realmente faz por merecer, agora o que me estranha é a Miolo Millèsime, que eu ja provei e achei muito boa. Falta agora é ver o local onde foram compradas e as condiçoes de armazenamento, o que pode alterar completamente o resultado. De todo jeito essas iniciativas são sempre muito boas, dando uma referência para os que gostam de sair da mesmice do circuito comercial.
O vinho bom é aquele que a maioria toma e acha bom, como todos os jurados degustaram de todos os vinhos e gostaram do Dom Cândido Brut ele é o cara, vamos mudar de bom para otimo, antes quem mandava no mercado de vinhos espumantes era esses “Miolo, Salton e Chandon, agora a era é outra, vamos degustar o Dom Cândido Brut. Roberto quando vc encontrar outra garrafa e esperimentar, comenta conosco.
Dizem que melhoramos muito com “espumantes” ou cavas
Ranking de Espumantes Nacionais
Pode publicar a lista dos 22 espumantes avaliados?
adorei seu comentário, fiquei feliz em saber que além de ser muito pessoal a qualidade do vinho independe da mídia…e voce foi sincero, parabéns ! só uma pergunta: quanto custa o tal campeão? Grata, Alice
Façam avaliações desse mesmo tipo (às cegas) misturando vinhos nacionais com importados, de produtores tradicionais, que as surpresas serão maiores ainda.Lamento que o autor do artigo tenha dito: “O que significa este resultado? Que o desconhecido Dom Cândido é o melhor espumante nacional do mercado? Menos. Significa, de fato, que naquele dia aquela garrafa foi a que mais agradou a todos os oito jurados.”Esta afirmação desqualifica os jurados e demonstra o medo que os “entendidos de vinho” tem de assumir posições que nao sejam as de elogiar os vinhos já consagrados.Um abraço.
Olá pessoal,São poucas as casas que vendem os bons vinhos nacionais aqui em São Paulo (a maior parte deles desconhecidos do grande público). Dois lugares onde esses vinhos podem ser encontrados são a Maison des Caves (Shopping Morumbi), que tem razoável variedade e a Casa Lisboa (Praça Silvio Romero), esta última apresentando uma ótima variedade de rótulos brasileiros.Um abraço.
cadê a sidra cereser???