Areia, água salgada, piscinas de variados formatos, sol a pino. No serviço, o pessoal sempre muito disposto da recreação, o inevitável axé, aquele casal que você conheceu há duas horas e já virou amigo de infância. Na seção de comes e bebes, uma oferta infinita de bebidas nacionais e importadas. O garçom sempre disposto a verter álcool em quantidades industriais em seu copo. Sorria, você está na Bahia! Mais precisamente, num desses hotelzões onde a comilança e a beberagem estão incluídas na tarifa.
Para quem gosta realmente de vinho, no entanto, não é lá o melhor programa. A qualidade deixa muito a desejar (os tais vinhos importados prometidos nos folhetos, creio que foram, na verdade, deportados de tão ruins), o tinto, obviamente vem quente, e o espumante em copo americano de plástico. Mas ninguém espera uma carta de vinhos selecionada em um esquema semelhante, num quiosque de praia de luxo, certo? E nem todo programa precisa ter vinho. São férias, afinal… bebe-se sem compromisso.
Vinho combina com praia?
Borbulhas – Sim, principalmente se for um espumante. Taí um trabalho que as vinícolas brasileiras deveriam investir mais esforço, marketing e conquistar um espaço que está aberto. Pela manhã, para abrir os serviços, é muito bom. Já experimentou? Meninos, eu vi! Como estava acessível e na temperatura certa, muita gente trocava – ou mesmo intercalava!!! – uma taça de espumante com uma tulipa de chope. É simples. Basta ter a oferta e, principalmente, quebrar a afetação da bebida para torná-la mais uma opção na praia – e não uma alternativa “chique e diferenciada”. Feito isso, meio caminho está andado.
Brancos – Também, mas os mais leves, ligeiros, frutados, um sauvignon blanc, um viognier, um gerwustraminer. Dos italianos um pinot grigio ou um fiano, o português alvarinho, ou sua versão espanhola albariño, e ainda da península ibérica o macabeo. As opções são várias. Mas me parece que a real vocação da praia é mesmo dos espumantes.
Rosés – Claro, são ok. Leves, frutados, frescos. Não é à toa que são perfeitos com comida mediterrânea. Mas, Houston, temos problemas. Primeiro: raramente há oferta disponível, mesmo com a recente onda em torno da bebida. Segundo, há muito rosé ruim por aí. Terceiro, tem muito preconceito em torno da bebida. Muito trabalho, não? Mas tendo oportunidade, é uma delícia.
Tintos – Não acho o ideal. Mas tem muita gente que não se importa. Mas creio que, sinceramente, vinho não é para toda ocasião. Na praia, na refeição, um tinto mais ligeiro, num ambiente mais refrigerado, ok. Ou como eu já testemunhei também no Nordeste: com gelo. Maior heresia não existe no planeta vinho, né não?
Vodca (ou chachaça), fruta, açúcar e gelo – De dia, pé na areia ou na beira da piscina, um espumante, de vez em quando, até vai bem. Quem sabe até um branco ou um rosé com os petiscos. Mas não há nada igual a uma caipirinha e uma espreguiçadeira. Sem preconceito, sem restrições. O importante é ser feliz. São férias.
Uma delícia espumante geladinho na beira da piscina!!!Mas sou testemunha que o bom e velho chopinho combina mais, além do que mesmo entornando vários vc não corre o risco de ficar alto além da conta…
Prezado Roberto,Muito bom este texto. Rapaz, você escreve de uma meneira tão engraçada e divertida, que parece que estamos conversando com um velho amigo. Uma linguagem simples e de fácil acesso para quem esta começando no mundo do vinho. Parabéns pelo blog! Manda bala aí meu filho!(risos)EnoabraçosMarcelo AndradeFórum Enófilos
Caro Rudmar
Hoje mesmo postei uma nota “Vinho pode prevenir impotência masculina” com
a recomendação dos médicos de que o consumo ideal e moderado corresponde a duas taças por dia. Meia garrafa dá quase isso. E depende um pouco também da altura e peso do cidadão. Creio que você está no caminho certo
Abraços
Roberto Gerosa
Roberto,Bebo em media, meia garrafa de vinho diariamente, vice uma boa dose ou é exagerada?
Prezado RobertoEstou indignado com os preços dos vinhos nacionais! A industria nacional sempre reclama dos importados e tal.. mas agora com o dolar nas alturas e o vinho importado com preço salgado os produtores brasileiros ao inves de manter o preço baixo de seus produtos optam por aumentar o valor dos mesmos. Ao inves de criar o habito junto ao consumidor brasileiro de saborar o vinho nacional opta por aumentar o lucro sem motivo.Estou escrevendo porque o mesmo vinho espumante que pagava em torno de R$ 18,00 hoje nas grandes redes não saem por menos de R$ 23,00.Abraço