Você aí que hoje em dia não vive sem os seus tintos franceses, chilenos, italianos e brasileiros de boa cepa, já tomou um vinho nacional de garrafão, não é? Aposto que sim.
Atire a primeira rolha, ou tampinha de plástico, quem nunca provou um vinho de garrafão na vida. Mesmo que tenho sido nos tempos de grana e paladar curtos. Ele está presente em festas juninas (ou você acha que vinho quente é feito do quê?), misturado nas batidas com abacaxi na praia ou mesmo em reuniões estudantis, onde é servido no gargalo e compartilhado como um cachimbo da paz. O fígado e o estômago na juventude são valentes.
Este é o vinho que o brasileiro bebe. Os números são claros. A produção de vinhos comuns no Brasil em 2008 foi de 287,44 milhões de litros, enquanto a de vinhos finos não passou de 47,33 milhões de litros. Para muitos consumidores o vinho de mesa é a porta de entrada – e frequentemente de saída – deste mundo. Vinho de mesa têm sua legião de apreciadores, que devem ser respeitados – vide as multidões que são arrastadas para grandes feiras temáticas no interior paulista e os vários comentários postados neste blog enaltecendo suas qualidades -, mas isso não significa que o vinho fino é uma evolução do vinho comum. Trata-se de outro patamar de fermentado de uva.
O Brasil não é exatamente um país com uma cultura de vinho estabelecida, com exceção de regiões como Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, onde algumas famílias produtoras trouxeram no século XIX a tradição do vinho. A identidade do vinho para o consumidor brasileiro, portanto, é mais um conhecimento e um gosto adquirido do que uma herança cultural e familiar. Um cenário diferente de partes da Europa, por exemplo.
Se existe algum arremedo de tradição e conhecimento genérico do vinho, ele se dá por sua vertente mais popular, barata e portanto acessível. O tal vinho de mesa também conhecido como suave. No popular, o vinho de garrafão, que a propósito já é vendido em versão tetrapack. E aí, você já tomou? Vai encarar, já encarou?
É como água e vinho
A legislação brasileira classifica os vinhos nacionais em dos tipos: de mesa e fino. E eles são muito diferentes, apesar de levar o mesmo nome.
O vinho fino só pode ser produzido a partir das uvas da família Vitis vinifera, cepas geralmente de origem europeia – aquelas manjadas cabernet sauvignon, merlot, chardonnay, etc. Estas frutas são menores e com cascas mais duras que suas primas híbridas. São espécies mais exigentes e se comportam de maneira diferenciada de acordo com o terreno, clima, etc. Também exigem um cuidado maior em todas as etapas de produção, desde o plantio e colheita da uva até a guarda, o transporte e comercialização. Seu controle é mais rigoroso. Como a uva é a alma do vinho, quanto maior sua qualidade mais rico é o fermentado.
Já o vinho de mesa, ou suave, é elaborado com as chamadas uvas americanas, ou híbridas, da variedade Vitis labrusca ou Vitis bourquina. As mais conhecidas são isabel para as tintas e niágara para as brancas. O vinho de mesa parece um suco de uva que tomou um porre, um pouco enjoativo já no primeiro gole. É muito doce, e tem aroma de uva (no vinho fino esta é uma característica rara, encontrada em alguns fermentados da variedade moscatel). Além da diferença da família da uva, o tempo de fermentação é menor, seu suco não é envelhecido e o controle alcoólico é mais simples. Vinhos comuns normalmente não passam por avaliação de denominação de origem ou indicação de procedência, ou seja, têm menos controle de qualidade. A produção de cachos também é abundante. O resultado é um fermentado simples, um primo pobre e adolescente do vinho que não desenvolve potencialidades aromáticas e gustativas e tem dificuldades de se adaptar com o passar dos anos.
Vinho nacional não é só o de garrafão
Uma questão importante. Tratar o vinho brasileiro só pela régua do vinho de mesa, no entanto, é um jeito torto e preconceituoso de medir a qualidade dos tintos e brancos nacionais. A produção de vinhos finos no Brasil, apesar da predominância dos fermentados mais simples, surfou na onda da qualificação desde a década de 90, acompanhando um tendência do mercado mundial de substituição de uvas comuns por cepas viníferas, além de mudanças promovidas nas técnicas de plantio que impactam drasticamente na qualidade do que é engarrafado.
Vinho de mesa, di tavola e de table
Um esclarecimento final. Com certeza estas nomenclaturas podem gerar alguma confusão no consumidor habituado a rótulos de vários países. Afinal, há vinhos de mesa de outras procedências. É bom deixar claro que os homônimos vino di tavola, italiano, ou vin de table, francês, não pertencem à mesma família do vinho de mesa nacional. Esta classificação está na base da pirâmide dos vinhos destes dois países, mas eles são elaborados com uvas viníferas e podem ser boas opções para o dia a dia. Em alguns casos, podem até surpreender. Uma curiosidade: o cultuado Sassicaia, um supertoscano premiado e caríssimo (a safra 1996 pode chegar a 1.300 reais a garrafa!), tem associado ao seu nome no rótulo a classificação Vino di Tavola, uma provocação de seus produtores, já que o blend do vinho não obedece as regras de origem da região da Toscana, na Itália. Ou seja, não há nenhuma relação direta com uma classificação de origem ou de qualidade.
Pois é, nem tudo é o que parece ser no mundo do vinho…
eu tomo os dois ipos de vinhos, mas meu paladar é para o de mesa suave. Os vinhos finos são aguados , sabor esquisito, mas no fundo mesmo , os dois tipos são bebidas alccólicas e ponto final.
Realmente a mais de trinta anos residindo aqui no Brasil, posso dizer que sou um asiduo apreciador de vinhos de muitas culturas, mais aqui na regiao sul de Santa Catarina, mais precisamente no municipio de Urussanga onde existe uma cultura italiana bem conservada é produzido uns dos vinhos mais excelentes que tenho experimentado aqui no brasil, ou engraçado que o mesmo pode ser aquirido em garrafa ou em garrafao sem perder a qualidade, se sobrepoe o vinho GUEHTE- Neste ano por volta de Agosto é realizada a festa do vinho, imponente para a regiao …faça uma visita e constate a qualidade dos vinhos de por aqui…Abraçao
Gosto muito do vinho
Mosteiro, tinto ou branco.Em São Paulo é vendido pela Imigrantes.
reforçando o que o josej luiz disse concordo plenamente a respeito do vinho mosteiro,meu pai com um bom portugues adorava tomar esse vinho , me lenbro quando pequeno juntava meu ai e meu irmão mais velhos e apreciavam eses vinho de garrafão, em casa parecia um adega, pena que realmente esse vinho sumiu do mercado, hoje aprecio um bom vinho , temos vinhos muitos bons aqui no brasil , mas precisamos selecinar eles, para amanhã , não ficarmos com dor de cabeça. abraço ao bons apreciadores de vinho.
Um dos melhores vinhos verdes tinto e branco que bebi até hoje, foi o conde vilar da uva vinhao e loureiro comercializado em campos do jordão da adega porto douro, que primam pela alta qualidade dessa bebida.
adegaportodourovinhos.com
Sou um apreciador de um bom vinho,já experimentei vários tipos;tanto do sul , como o do vale do São Francisco e posso afirmar que o Boticelli carbenet está em um dos melhores do mundo, assim como, o Chateu-Duvalier.
Também acho que só deviam fabricar vinhos Sêco ou Demi-Sêco. Outra obs: Deviam fabricar o litrão mas econômico.
Que existe diferenças entre o “vinho fino” produzido a partir de uvas da família “Vitis vinifera” e o “vinho de mesa” produzido a partir de “uvas americanas ou híbridas” não se discute, pois como o próprio blogueiro diz, trata-se de outro patamar de fermentado de uva. Mas o grande erro deste texto, muito bem observado pelo colega Valter A.Donadel, é classificar o “vinho de mesa ou de garrafão” de “suave” – …”Já o vinho de mesa, ou suave, é elaborado com as chamadas uvas americanas, ou híbridas, da variedade Vitis labrusca ou Vitis bourquina. As mais conhecidas são isabel para as tintas e niágara para as brancas. O vinho de mesa parece um suco de uva que tomou um porre, um pouco enjoativo já no primeiro gole. É muito doce, e tem aroma de uva”… –
Como já foi dito acima, nem todo “vinho de mesa ou de garrafão” é suave, no sul do Brasil existem ótimos vinhos de mesa, de garrafão que são secos, sendo tintos ou brancos, inclusive eu já experimentei o vinho citado pelo colega Valter A.Donadel (vinho branco feito de uva Niágara seco) que é de excelente qualidade, melhor mesmo que muitos “vinhos finos” inclusive importados!
Tomo sempre vinho de garrafao tinto e seco ,sempre a mesma marca e gosto muito , tanto do vinho quanto do preço. os vinhos importados e para ricos,os pobres tem que tomar e valorozar o que e nosso
Vinho bom é aquele que agrada ao paladar de quem o bebe, não importa de importado, nacional ou o popular garrafão.
Gosto muito de vinho tinto seco.
Gostaria de comprar um bom vinho do sul. pode me endicar?