Muita gente se pergunta qual é o vinho usado pelos padres no sacramento da eucaristia, aquele momento da missa em que o religioso ergue o cálice aos céus e celebra o pão como o corpo e o vinho como o sangue de Jesus Cristo, um fenômeno chamado de transubstanciação pela Igreja Católica. Não se trata, claro, de qualquer vinho – muito menos de uma bebida que vá agradar um apreciador de bons tintos. Mas é vinho – chamado sacramental ou canônico –, e segue instruções rígidas do Vaticano.
O artigo de número 50 do documento Redemptionis Sacramentum, lançado em 2004 pelo papa João Paulo II, estabelece: “O vinho que se utiliza na celebração do santo Sacrifício eucarístico deve ser natural, do fruto da videira, puro e dentro da validade, sem mistura de substâncias estranhas. (…) Está totalmente proibido utilizar um vinho de quem se tem dúvida quanto ao seu caráter genuíno ou à sua procedência, pois a Igreja exige certeza sobre as condições necessárias para a validade dos sacramentos. Não se deve admitir sob nenhum pretexto outras bebidas de qualquer gênero, que não constituem uma matéria válida.”
Vinho de missa
O vinho canônico costuma ser uma bebida licorosa e doce que recebe adição de álcool etílico. O elevado teor alcoólico e a grande concentração de açúcar cumprem a função de conservar o produto por mais tempo, já que o vinho tem um consumo lento – um pequeno volume a cada missa -, e precisa durar mais tempo na garrafa.
No Brasil, entre os rótulos mais conhecidos destacam-se o Frei Fabiano e o Vinho Canônico, este último produzido e comercializado pela Vinícola Salton, que começou a vinificar vinhos para missa há mais de 70 anos. Os primeiros exemplares foram feitos sob encomenda de um padre espanhol que solicitou à empresa, localizada em Bento Gonçalves, que produzisse um vinho de missa semelhante ao que ele estava acostumado a usar na Europa (ou seja, mais licoroso e doce ).
O Vinho Canônico da Salton começou a ser feito pela empresa em 1940 e, atualmente, atende a igrejas de todo o país, com autorização da Cúria Metropolitana. São produzidos mais de 300 mil garrafas por ano – 80% são comercializados para as igrejas. O restante pode ser comprado pelo consumidor comum, aquele que aprecia este tipo de vinho mais doce, e custa em torno de R$ 11,00. Para sua vinificação são usadas as variedades moscato (50%), saint-emilion (40%) e isabel (10%), o resultado é um vinho licoroso e rosado com uma graduação alcoólica de 16º GL.
Momento Wikipédia: vinho e cristianismo
Fundamental para o sacramento da eucaristia, o vinho está ligado, desde sua fundação, à história e aos ritos da Igreja Católica. Não é à toa que em sua primeira declaração aos católicos, o papa Bento XVI usou a vinha como metáfora para explicar sua missão na Igreja. “Depois do grande papa João Paulo II, os senhores cardeais me elegeram, um simples e humilde trabalhador na vinha do Senhor” Muitas são as referências e analogias do vinho no cristianismo. Assim como Jesus, que foi crucificado, morto e ressuscitou no terceiro dia, a videira também remete seu ciclo de vida a uma simbologia do sagrado: ela perde sua folhagem e hiberna no inverno — como se estivesse morta — e renasce na primavera para dar o fruto que será fermentado e transformado em vinho. A Bíblia, não por acaso, é recheada de alusões a esta bebida secular. Noé, logo ao descer no Monte Ararat, plantou uma videira para fazer vinho e embriagar-se. O primeiro milagre de Jesus, segundo os Evangelhos, foi transformar água em vinho em uma festa de casamento em Caná, na Galiléia. Na santa ceia, por fim, Cristo celebra o pão como seu corpo e o vinho como seu sangue – “Este é o cálice da Nova Aliança no meu sangue derramado por vós.” -, ritual que é repetido em toda a missa para celebrar a nova aliança do Senhor com os homens.
Outra aliança que se forma entre a civilização ocidental, o cristianismo e o vinho é histórica, e tem início com a conversão do império romano a esta corrente religiosa. O resultado prático é que grandes e tradicionais produtores do vinho, como a França, Portugal, Espanha e Itália, que sofreram influência do Império Romano, são países de forte tradição cristã. Papas já foram proprietários de grandes vinhedos na França – o mais famoso dele, o Châteauneuf-du-Pape. Os grandes enólogos da idade média eram monges cistercienses que cultivaram os melhores terrenos da Borgonha, que produzem vinhos de alta qualidade até os dias de hoje — Beaune, Pommard, Vosne, Nuits, Corton, Clos de Vougeot — e os cercaram de muros (por isso denominados de “clos”). E ainda é atribuído a um monge beneditino, Don Pérignon, a invenção do Champagne (Faça o teste Nem tudo que borbulha é champanhe )
No Brasil, no princípio era o vinho
A história brasileira também está marcada, desde o descobrimento, pela necessidade do cultivo das videiras em função das missas que os jesuítas celebravam no início da colonização. Carlos Cabral, estudioso sobre o assunto, informa em seu livro Presença do Vinho no Brasil. “Na frota de Cabral se rezava missa todos os dias. Tinha que ter vinho. O Brasil foi colonizado por católicos fervorosos. Para isso era preciso ter vinho sempre. E assim a bebida foi sendo implantada na terra dos tupiniquins.”
que e´ a vida do homem a guem falta o vinho, bebido moderadamente, e´ a alegria da alma e coraçao ,faze o gue aprouver , pore’m sem pecado e sem orgulho, a fe’ e’ tudo.
Se for igreja de rico vinho chardoneau, se for igreja de pobre vinho sangue de boi…..
Sou feliz por ser CATOLICO. Viva as santas tradiçoes.
graduaçao alcoolica 16º gl imagina o padre rezando 5 missas por dia, vai sair de la bem zuado . se for pego numa blitz da pm nao passa no teste do bafometro. na minha opniao deveria ser usado suco de uva, igual nas igrejas evangelicas.
Isso porque as igrejas evangélicas não acreditam na transubstanciação, pra eles é só um símbolo, não Cristo…
A respeito da muito bem elaborada e esclarecedora matéria sob o titulo “O vinho do padre” a gente só tem a concluir que é por esta razão que,em geral, os padres têm uma “saúde de ferro”,vivem muito e quase não têm probemas cardíacos, o que é uma prova da qualidade do vinho que bebem.
Fé, é? Assassino eu, e tenho fé à salvação. é, cego? Quer dizer que você, gentio de m…., não lê a própria palavra que você promulga, que diz pelo teu Apóstolo que ‘ainda que você tenha fé para transportar a montanha, não passa de címbalo que retine se não tiver amor’? [1Co13] Fé, é? Fé pro vinho da bebedeira? Por isto é que o Espírito Santo falou por Isaías em 28.1 e 4:
‘Ai da soberba coroa dos bêbados de Efraim e da flor caduca da sua gloriosa formosura
que está sobre a parte alta do fertilíssimo vale dos vencidos do vinho!’ 28.1
‘A flor caduca da sua gloriosa formosura, que está sobre a parte alta do fertilíssimo vale,
será como o figo prematuro, que amadurece antes do verão,
o qual, em pondo nele alguém os olhos, mal o apanha, já o devora.’ 28.4
A bebedeira da religiosidade esta aí por todo o lado pra que você pare de falar o que não é,
pois foi dito de Forma clara [Ez43.10,11] que ‘Deus é Espírito’ [Jo4.24] e pelo que me consta,
Espírito não come nem bebe. e nem ‘transubstitui’ a nada; isto pelo que consta, ou será que estou errado?
Beto,
Qual vinho é mais licoroso e suave SEM ADIÇÃO de álcool etílico, ou seja de fermentação natural.
Grato
Parabéns pela reportagem
Sou consumidor costumaz de vinho. Tomo quase diariamente uma taça de boa qualidade e nem por isso sou um alcoolatra como afirma um comentário infeliz. Uso uma dose que conforme estudo de um estudioso (cardiologista) do assunto, o líquido precioso é considerado como alimento.
Quanto ao ponto de vista religioso o combatido é a bebedeira que, infelizmente a maioria não tem controle. Sou católico mas, concordo com os evangélicos, melhor generalizar que apontar quem tem juízo. Um abraço a todos.
Parabéns pelo belíssimo post.
Cá em Portugal, usa-se muito o mosto abafado com aguardente! Aquilo a que normalmente chamamos de vinho abafado!