Festas de fim de ano. Chegou a hora de escolher um espumante para as comemorações. As prateleiras de supermercados e de lojas especializadas se enchem de ofertas que vão do mais exclusivo champanhe francês ao mais ordinário prosecco italiano.
A dica deste blog é ficar no meio do caminho, e optar pelos ótimos espumantes nacionais. O preço é acessível e no quesito qualidade a produção tupiniquim de vinho com borbulhas só perde em número de medalhas em concursos internacionais para os franceses.
O que escolher?
Dois rankings recentes realizados pelas revistas Veja São Paulo e Playboy podem ajudar na escolha. Trata-se de um painel do que há de melhor no mercado, avaliado por gente que entende de uva que vira álcool e concentra espuma. As garrafas foram adquiridas em lojas, e não enviadas pelas vinícolas, o que garante a lisura no processo e torna o resultado um serviço para os leitores. Veja o resultado na tabela abaixo. (Se isso é alguma referência para os leitores, eu mesmo já tratei de comprar umas caixas de uma dessas marcas abaixo para meu réveillon)
Degustadores iguais, resultados diferentes
A avaliação e a classificação diferem no resultado, como pode-se comparar. O curioso desta prova é exatamente esta divergência. São poucas coincidências, como o da marca Chandon, na segunda colocação – Chandon é sempre um clássico e, cá entre nós, mantém um estilo que a maioria dos degustadores conhece e aprova. Também bateu na nona posição do ranking a menos divulgada De Gréville.
A falta de consenso é sinal de fraqueza ou uma virtude? Alguns leitores podem até questionar a validade destas provas, afinal dois dos degustadores participaram de ambas as provas, a sommelière Alexandra Corvo e o sommelier Manoel Beato. Mas na realidade esta variedade é a prova de que a degustação não é uma ciência exata e que vários fatores influenciam o gosto. Para mim, a cruzinha vai para a opção virtude.
Qual é o melhor, afinal?
Alexandra Corvo dá sua explicação para a divergência das escolhas: “O que existe é cada garrafa”, sintetiza, e humaniza a discussão complementando “nós mesmos temos bem mais variações de humor do que os vinhos”. Eu acrescentaria que as avaliações não elegem os melhores vinhos disso ou daquilo, mas sim as melhores garrafas disponíveis naquele painel e naquelas condições. Trata-se de um consenso entre vários cidadãos com alguma experiência, conhecimento e boa “litragem” entre tintos, brancos, espumantes e doces. Encare como uma boa referência. O resultado é uma lista que pode, sim, ajudar, mas jamais ser a palavra final sobre uma opção que afinal é definida pelo gosto de cada um.
E você, é influenciado pelos rankings na escolha de sua bebida?
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Os rankings podem ajudar, mas não ditar regras. No caso dos vinhos, procuro sempre analisar opiniões diferentes. Aquelas que são coincidentes quase sempre são apostas certas. Com o tempo, dá para notar as caractertícas do(s) avaliador(es). Confesso que estou mais para Hugh Johnson, Jancis Robinson e Decanter Magazine que para Wine Spectator e The Wine Advocate. Mas o melhor mesmo é tirar a prova! Isso que é bom no mundo do vinho!
Realmente a Playboy sequer considerar o Prosecco Salton, lamentável. Realmente de Espumante não entendem nada mesmo. Fico com a Veja São Paulo, sem duvida, muito mais coerente.
Já provei vários dos espumantes que aparecem nos dois rankings e eles são, em geral, bons ou muito bons.Este ano resolvi arriscar e optei por um vinho que eu não conheço Pizzato Brut Rosé.Pode até ser que eu quebre a cara, mas acho que foi uma boa escolha.